Páscoa

A páscoa é uma data cristã. Mas também é a época dos ovos de chocolate. E, um tipo de vinho que combina bem com chocolates é o vinho do porto.

Trata-se de um vinho fortificado. Isso quer dizer que  a fermentação natural é interrompida, é feita a adição de aguardente, depois passa pelo processo de envelhecimento e engarrafamento. Como há essa interrupção, torna se um vinho doce. Mas, por causa do ingrediente adicional, seu teor alcoólico é maior que a de outros vinhos.

O vinho do porto normalmente é degustado na sobremesa, podendo ser só ou acompanhado por algum doce. Uma ótima pedida para os chocolates da páscoa (principalmente o meio amargo), porque o doce do vinho acaba complementando o do chocolate. Mas a harmonização deve ser feita em pequenas porções. Aprecie com moderação!

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Iguais, porém diferentes

A primeira seleção do ano da assinatura de vinhos me trouxe dois vinhos franceses, feitos com a mesma uva, originados de safras diferentes. E mostraram ser vinhos bem diferentes.

O primeiro que eu provei foi o ‘Mommessin Fleurie Réserve 2011’. Fiz a harmonização com uma versão própria do Ratatouille (rodelas de abobrinha, berinjela e pimentão, regados com molho à bolonhesa e assados no forno). Como é um vinho mais antigo, quase não tinha taninos. É um vinho muito suave, você vai bebendo e, de repente, está bêbado (a graduação alcoólica é de 13%).

O segundo foi ‘Mommessin Beaujolais-Villages Réserve 2013’. A harmonização foi feita com pizza 4 queijos (mussarela, parmesão, provolone e gorgonzola). É um vinho mais jovem, um puco mais ácido, com mais taninos e um leve toque picante.

Ambos os vinhos foram feitos com a uva Gamay, parente da Pinot Noir, e quem tem como característica gerar vinhos leves. Ambos apresentam a cor rubi. Mas, por serem de safras diferentes, possuem características diferentes, a safra de 2013 foi um pouco mais difícil para ser produzida com as chuvas abundantes. Seu vinho apresentou acidez um pouco mais acentuada. Recomenda-se que os dois vinhos sejam consumidos em 5 anos. Talvez por isso, o vinho da safra de 2011 quase não tinha taninos, estava quase no fim da sua vida útil.

A experiência foi bastante interessante, principalmente porque eu consegui captar algumas diferenças entre os dois vinhos. E, após ler as informações a respeito dos vinhos, a harmonização também foi muito bem sucedida. 🙂

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Tem como saber se um vinho está estragado?

Só dá para ter certeza absoluta de que um vinho está estragado depois de beber o primeiro gole, o que é uma experiência desagradável. Mas dá para observar algumas características que indicam que há algo de errado com o vinho.

  • “Vinho, quanto mais velho, melhor”: Atualmente, essa frase não tem muita validade. A maior parte dos vinhos disponíveis no mercado devem ser consumidos em até 5 anos. Alguns podem ser consumidos em até 10 anos. Existem alguns vinhos (normalmente caríssimos) que são chamados “vinhos de guarda”, que são os únicos que atendem à essa característica.
  • Rolha: Antes de abrir a garrafa, observar se não está ressecada, com líquido vazado mesmo com a garrafa fechada; se não está saltada, com uma parte para fora da garrafa; observar também que não há sinais de bolor ao redor da rolha. Depois que abrir a garrafa, a rolha não pode ter cheiro de mofo.
  • Cor: não pode estar muito amarelada (ou alaranjada) para vinho branco; para vinho tinto, evitar tom marrom e cor de tijolo; O líquido não deve ter coloração turva, deve ser límpida. Porém conter alguns resíduos, que devem ser solucionados com a decantação. Apenas espumantes devem conter bolhas.
  • Olfato: cheiro de vinagre ou acetona indica que algo está errado.

Adega Durigan

No começo do ano fui visitar uma amiga em Curitiba e, como ela sabia do meu atual interesse no mundo dos vinhos, me levou até Santa Felicidade, um bairro conhecido por sua gastronomia. É lá que está localizada a Adega Durigan, uma grande loja de vinhos de fabricação própria.

Lá possui uma grande variedade de bebidas. Vinhos finos (feitos com uvas Vitis, ou que tal dizer vinhos do mundo, rs!), vinhos de mesa, espumantes, suco de uva, grappa. Além disso, vende queijos e chocolates fabricados na região. É possível fazer degustação de vinhos e queijos, antes de decidir quais levar.

Na visita que eu fiz, provei um Cabertnet Sauvignon rosè. Um vinho leve, ideal para o verão. E além dele, levei um espumante Moscatel, que cumpriu bem o seu papel. Ambos são despretensiosos, ideais para consumir no dia a dia.

Apesar de ter muita gente que torce o nariz para vinhos nacionais, acho importante experimentar e valorizar produtos brasileiros. Pesquisando, é possível encontrar produtos de qualidade. E, se há uma vinícola, existe a tradição de consumir vinho e fazer boas harmonizações. Resumindo, comida de excelente qualidade.

E cá entre nós, um lugar chamado Santa Felicidade só pode remeter a coisas boas. Vale a pena visitar. 😉

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Sangria

Minha mãe ganhou uma daquelas cestas de natal e lá tinha uma garrafa de vinho. Segundo o rótulo, era português, importado por uma rede de supermercados, safra 2013. Mas não informava qual era a uva do vinho. E não tinha a inscrição “Vinho Fino”, que indica ser um vinho feito com uvas da espécie Vitis (Merlot, Cabernet Sauvignon, Chardonnay e os outros tantos nomes complicados de uvas para vinhos). Tinha tudo para ser uma versão portuguesa do Sangue de Boi. Nada contra ok, já tomei muito desse vinho em outros tempos. Outros tempos…

Não íamos preparar carne assada para aproveitar um pouco do vinho para temperar, tínhamos outros planos em relação à comida. Mesmo assim, sobraria bastante desse vinho. Jogar fora seria um desperdício. Como o clima no final do ano era de muito calor (34 graus celsius na sombra), veio a ideia de preparar algo parecido com uma Sangria.

A Sangria é uma bebida espanhola, de origem humilde, feito à base de vinho e frutas. É fresca e servida com muito gelo. Hoje em dia, existem muitas receitas disponíveis, com muitas variações.

Fiz uma versão mais simples com os seguintes ingredientes: vinho (a garrafa toda), uma lata de refrigerante de limão, uma maçã sem casca picada, um cacho pequeno de uva sem semente picado. E muito gelo. Ficou bem suave e pode ser uma boa opção de bebida para o verão.

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Vinhos e o verão

Vinho pra mim, sempre foi sinônimo de bebida para clima mais frio. Uma comida mais pesada, um bom Malbec. Algo que, na minha opinião, não combina muito com o nosso verão tropical.

Há pessoas que não se importam em apreciar um vinho encorpado, mesmo em climas mais quentes. Mas como existe uma variedade muito grande de vinhos, nada melhor que apreciar a maior parte deles, aproveitar o máximo que cada um pode oferecer.

Climas mais quentes chamam por bebidas geladas. E aí entram os espumantes, vinhos brancos e rosès. E temos uma variedade enorme, podem ser doces ou não.

Os vinhos rosès, muitas vezes, são feitos com a mesma uva do vinho tinho, então possui boa parte de suas características. Muda a cor e os taninos (que dá a sensação de amarrar a boca) mais fracos.

Dentre os brancos, existe uma boa variedade de uvas. Chardonnay, usado também nos espumantes. Sauvignon Blanc, um vinho extremamente aromático e herbáceo que ganhou o meu paladar. Há uma boa variedade de vinhos chilenos com essas uvas. O Riesling, normalmente alemão, também possui um aroma bastante característico.

Se ainda quiser optar pelos tinhos, mas mais apropriados para o verão, pode-se escolher um Pinot Noir. O da Miolo, eu acho considero muito fácil de beber. E neste final de semana, eu provei um Gamay,que é uma uva prima do Pinot Noir. Seu vinho também é bastante suave.

Abaixo, alguns dos vinhos que eu tomei e considerei apropriados para o verão. É só escolher e aproveitar.

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Minha primeira experiência com assinatura de vinhos

Depois de 3 meses, acho que posso deixar minhas impressões. Quando soube da primeira vez a respeito da assinatura de vinhos, tive alguns receios, principalmente relacionados com as quantidades, se receberia vinhos repetidos. Daí um colega de trabalho, que tem a assinatura ativa, me esclareceu essas dúvidas e  então resolvi me aventurar. E assinei o mais simples (vinhos de 25 reais a garrafa) para ter uma experiência inicial.

Antes que me digam “R$ 25 não é vinho decente”, cuidado… Há vinho nessa faixa de valor ganhando prêmio internacional. Por exemplo, o Toro Loco Tempranillo foi medalha de prata na International Wine & Spirits Competition, safras 2011 e 2013. E custa mais ou menos esse valor.

Minha primeira seleção foi da Itália: Fantinel Zuccolo Friuli Grave, um Merlot e um Cabernet Sauvignon, safra 2013. Para meu azar (ou não), os primeiros comentários dos assinantes, em relação a esses vinhos, foram os piores possíveis. Preparei meu espírito e fui encarar minhas primeiras garrafas. Em primeiro lugar, os vinhos não estavam estragados! Rolha e aromas normais. Eram vinhos levíssimos, pouco comum para um Merlot e um Cabernet. Ambos eram bastante ácidos e, provavelmente por este motivo, não agradou à maioria dos assinantes. Acabei utilizando os 2 vinhos no preparado da comida que harmonizou com eles. E na comida ficou muito bom.

A segunda seleção foi de Portugal: Reynolds Vinhas da Serra, mistura de Aragonês com Tricandeira, safra 2012. A diferença estava na altitude onde as uvas foram colhidas: 400m e 700m. São vinhos mais encorpados e equilibrados, em comparação à seleção anterior. Agradou mais o meu paladar. Fiz a harmonização do 400m com pizza e o de 700m com uma tábua de queijos e salame.

A terceira foi da França: Esprit de Sérame, novamente um Merlot e um Cabernet Sauvignon, safra 2013. Imaginei que seriam vinhos parecidos com os Italianos da minha primeira seleção. Itália e França são tradicionalíssimos em vinhos, com vinhos centenários, premiados e caros também. Acho até natural que vinhos mais simples sejam bem diferentes (ou inferiores, se acham esse termo mais conveniente…). Gostei mais deles do que dos italianos da primeira seleção. Também são vinhos mais leves, mas pouco expressivos. Harmonizei o Merlot com macarronada e o Cabernet com polenta, ambos com molho à bolonhesa, feito em casa.

Sempre leio os comentários dos demais assinantes em relação aos vinhos. E me chateia bastante quando os comentários, na sua maioria, não são a repeito dos vinhos. Há muita reclamação a respeito da seleção de alguns vinhos, da logística, dos atrasos nas entregas. Acho que as reclamações são legítimas, mas há canais de comunicação mais adequados para tratar esses outros assuntos, dentro e fora do site.

Uma vantagem de se ter uma assinatura de vinhos é ter sempre algum vinho à disposição, seja para o dia a dia, seja para uma ocasião especial. Pode-se ter vinhos mais tradicionais, como vinhos diferentes. E, esses vinhos diferenciados podem não agradar a maioria dos paladares. É também uma questão de valores, quanto se quer pagar por uma garrafa: R$ 25, R$ 50 ou R$ 100. Quanto maior o valor, a seleção será mais elaborada. Mas não necessariamente pagar mais caro, significa que o vinho é melhor. Há vinhos baratos premiados por aí. E, um vinho bom ou ruim, depende muito do paladar de que quem está bebendo o vinho, do tipo de sabores que agrada mais a essa pessoa.

Ainda bem que as pessoas são diferentes, e ainda bem que existe um vinho ideal para cada tipo de pessoa. Basta encontrar uma que agrade o seu paladar. O meu desafio como futura sommelier será encontrar esse vinho ideal. E, claro, escolher a melhor comida para harmonizar esse vinho.

Obs.: farei experiências com as outras seleções. Depois registro minhas impressões aqui.

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A conquista pelo cheiro

Vinhos originados da Sauvignon Blanc me conquistaram no olfato. Poderia passar a noite inteira apenas sentindo o cheiro desse vinho na taça. São vinhos muito aromáticos, com um toque herbal inconfundível. O gosto herbal se mantém na boca e é bastante refrescante. Todas as degustações que eu participei onde havia vinhos feitos com esta uva, eles se tornaram os meus favoritos da vez.

Essa semana resolvi relembrar essa sensação boa e abrir um vinho que eu tinha comprado na Wine.com a uns dois meses atrás: Calyptra Vivendo Reserva Sauvignon Blanc 2011. Preparei ceviche para harmonizar, um prato chileno. Quer dizer, a primeira vez que eu provei um ceviche foi num restaurante chileno, o El Guatón. Por isso, achava que era um prato típico de lá. Até pesquisar receita e descobrir que a origem desse prato era peruana. Mas vale a combinação com o vinho chileno, com direito a coentro e muito limão para marinar.

O vinho correspondeu às principais características de sua uva: aromas e gosto herbáceos. A acidez era equilibrada e o vinho era bastante refrescante. Tive a sensação de sentir pequenas bolhas na boca. Traz uma leve lembrança de maracujá também. Pontuei com 4 estrelas no Vivino. Geladinho, é uma ótima pedida para o verão!

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