Depois de 3 meses, acho que posso deixar minhas impressões. Quando soube da primeira vez a respeito da assinatura de vinhos, tive alguns receios, principalmente relacionados com as quantidades, se receberia vinhos repetidos. Daí um colega de trabalho, que tem a assinatura ativa, me esclareceu essas dúvidas e então resolvi me aventurar. E assinei o mais simples (vinhos de 25 reais a garrafa) para ter uma experiência inicial.
Antes que me digam “R$ 25 não é vinho decente”, cuidado… Há vinho nessa faixa de valor ganhando prêmio internacional. Por exemplo, o Toro Loco Tempranillo foi medalha de prata na International Wine & Spirits Competition, safras 2011 e 2013. E custa mais ou menos esse valor.
Minha primeira seleção foi da Itália: Fantinel Zuccolo Friuli Grave, um Merlot e um Cabernet Sauvignon, safra 2013. Para meu azar (ou não), os primeiros comentários dos assinantes, em relação a esses vinhos, foram os piores possíveis. Preparei meu espírito e fui encarar minhas primeiras garrafas. Em primeiro lugar, os vinhos não estavam estragados! Rolha e aromas normais. Eram vinhos levíssimos, pouco comum para um Merlot e um Cabernet. Ambos eram bastante ácidos e, provavelmente por este motivo, não agradou à maioria dos assinantes. Acabei utilizando os 2 vinhos no preparado da comida que harmonizou com eles. E na comida ficou muito bom.
A segunda seleção foi de Portugal: Reynolds Vinhas da Serra, mistura de Aragonês com Tricandeira, safra 2012. A diferença estava na altitude onde as uvas foram colhidas: 400m e 700m. São vinhos mais encorpados e equilibrados, em comparação à seleção anterior. Agradou mais o meu paladar. Fiz a harmonização do 400m com pizza e o de 700m com uma tábua de queijos e salame.
A terceira foi da França: Esprit de Sérame, novamente um Merlot e um Cabernet Sauvignon, safra 2013. Imaginei que seriam vinhos parecidos com os Italianos da minha primeira seleção. Itália e França são tradicionalíssimos em vinhos, com vinhos centenários, premiados e caros também. Acho até natural que vinhos mais simples sejam bem diferentes (ou inferiores, se acham esse termo mais conveniente…). Gostei mais deles do que dos italianos da primeira seleção. Também são vinhos mais leves, mas pouco expressivos. Harmonizei o Merlot com macarronada e o Cabernet com polenta, ambos com molho à bolonhesa, feito em casa.
Sempre leio os comentários dos demais assinantes em relação aos vinhos. E me chateia bastante quando os comentários, na sua maioria, não são a repeito dos vinhos. Há muita reclamação a respeito da seleção de alguns vinhos, da logística, dos atrasos nas entregas. Acho que as reclamações são legítimas, mas há canais de comunicação mais adequados para tratar esses outros assuntos, dentro e fora do site.
Uma vantagem de se ter uma assinatura de vinhos é ter sempre algum vinho à disposição, seja para o dia a dia, seja para uma ocasião especial. Pode-se ter vinhos mais tradicionais, como vinhos diferentes. E, esses vinhos diferenciados podem não agradar a maioria dos paladares. É também uma questão de valores, quanto se quer pagar por uma garrafa: R$ 25, R$ 50 ou R$ 100. Quanto maior o valor, a seleção será mais elaborada. Mas não necessariamente pagar mais caro, significa que o vinho é melhor. Há vinhos baratos premiados por aí. E, um vinho bom ou ruim, depende muito do paladar de que quem está bebendo o vinho, do tipo de sabores que agrada mais a essa pessoa.
Ainda bem que as pessoas são diferentes, e ainda bem que existe um vinho ideal para cada tipo de pessoa. Basta encontrar uma que agrade o seu paladar. O meu desafio como futura sommelier será encontrar esse vinho ideal. E, claro, escolher a melhor comida para harmonizar esse vinho.
Obs.: farei experiências com as outras seleções. Depois registro minhas impressões aqui.


