#desafio12metas: Saldo de janeiro

Primeiro mês do ano já se foi. Com ele, algumas vitórias e algumas derrotas em relação às minhas metas de 2019. Decidi fazer um balanço mensal com minhas impressões em relação a este primeiro mês.

 

O que eu consegui cumprir:

  • Ler pelo menos 2 livros por mês
  • Fazer pelo menos 50 km por mês no Nike+
  • Cursar o M30

O curso já estava nos meus planos desde 2017, mas tive um problema de agenda com a instituição onde eu havia me inscrito e cancelei. Mas continuei pesquisando a respeito de novas turmas. No final do ano passado, encontrei uma turma para janeiro e uma promoção, então já incluí na programação do começo do ano. Em relação às leituras e à quilometragem, consegui atingir só no final do mês. Tive algumas dificuldades, tais como virada de ano (eu estava fora de SP), e uma gripe chata que me pegou na metade do mês. Mas como eu comecei a cuidar dessas metas logo que eu voltei de viagem, consegui cumprir. Mas elas são mensais, então o trabalho continua.

 

Está indo bem:

  • Chegar a 55 kg
  • Normalizar taxas do meu exame de sangue (no ano passado, as taxas de glicose e colesterol estavam na faixa limítrofe)

As duas metas acima e a quilometragem do Nike+ estão interligadas. Uma vai impulsionar a outra. Certeza absoluta dos exames só vai acontecer quando eu refazê-los  (em outubro). Mas acredito estar no caminho certo para chegar lá. Final de ano, aquela fartura e comilança , cheguei a 65 kg. Mas já consegui perder 1 kg, então preciso manter o foco em uma alimentação mais saudável e exercícios físicos. E, sempre que sair da dieta (porque sim,  VAI ACONTECER), fazer uma compensação na sequência.

 

Não está indo tão bem assim:

  • Beber pelo menos 2 litros de água por dia
  • Trocar de carro

Comentei no começo que beber água, por mais que pareça algo besta, é difícil de fazer se a gente se deixar levar pela correria do dia a dia. Tem dias que passei a tarde inteira em reunião ou em algum evento, então esqueci de beber água. Comprei uma garrafinha para o final de semana e me ajudou, mas ainda falta alguma coisa que eu preciso pensar neste mês para cumprir com esta meta durante a semana. No final de semana que eu fiz o curso, levei uma garrafinha de 500 ml e ia consumindo durante o evento. Consegui cumprir. Acho que preciso seguir essa linha. Tive alguns problemas com o carro atual, ar condicionado quebrado (nesse verão é complicado) e troca de bateria. Então, o projeto da troca está um pouco atrasado.

 

Está no radar:

  • Cursar o Positive Coaching
  • Voltar para a natação
  • Voltar a visitar a praia (que eu não vou desde que comecei o MBA)

Já anotei na agenda quando será a próxima turma do Positive Coaching e estou me programando (na agenda e financeiramente também) para fazer esta turma. A natação programei para depois do carnaval (não dizem que o ano começa depois do carnaval?  rs…). E assim que acabar a alta temporada, vou colocar meus pezinhos na areia. O mais perto que eu cheguei da praia desde então foi no calçadão de Copacabana, onde levei um capote de bicicleta. Mas esta é uma outra história….

 

Os demais estão na programação para o final do ano mesmo. Então deixarei para me preocupar a partir do segundo semestre. Afinal, tenho 12 metas, algumas mensais e algumas com data definida. E muito trabalho pela frente para conseguir cumprir com todas elas!

 

12 meses, 12 metas

#desafio12metas

Com a chegada do novo ano, é muito comum falar em estabelecer metas para o ano. Já tem uns 5 anos que eu estabeleço algumas dessas metas mentalmente e vou atuando em algumas delas no decorrer dos 12 meses. Algumas eu consigo atingir e algumas não. Às vezes elas mudam no decorrer do ano. E sempre que chega no final, eu faço um balanço pessoal foi o avanço em relação a todas as metas que eu tenho listadas.

Este ano decidi fazer um pouquinho diferente. Criei um desafio pessoal, com 12 metas para serem perseguidas durante os próximos 12 meses. Tem coisas que parecem bestas, como beber mais água, mas se você se deixa levar pela correria do dia a dia, até isso acaba no esquecimento. Tenho itens profissionais e pessoais listados. Colocando aqui, estabeleço um compromisso público do que eu preciso perseguir durante esse ano. A evolução de cada uma delas deixarei no meu Instagram (@lisa.hayashida). E, no final de 2019, faço um balanço de como foi a evolução de tudo isso.

  1. Beber pelo menos 2 litros de água por dia
  2. Ler pelo menos 2 livros por mês
  3. Fazer pelo menos 50 km por mês no Nike+
  4. Cursar o M30
  5. Cursar o Positive Coaching
  6. Voltar para a natação
  7. Voltar a visitar a praia (que eu não vou desde que comecei o MBA)
  8. Trocar de carro
  9. Chegar a 55 kg
  10. Normalizar taxas do meu exame de sangue (no ano passado, as taxas de glicose e colesterol estavam na faixa limítrofe)
  11. Fazer a tatuagem de caveira
  12. Iniciar o segundo módulo da formação de sommelier

Wish me luck! 😉

Um novo Presidente da República

A primeira vez em que ouvi falar na possibilidade do Bolsonaro ser Presidente da República foi a uns três anos atrás. Achei improvável que se transformasse em realidade, pois o pouco que eu havia ouvido a seu respeito trazia comentários radicais a respeito de temas delicados e, apesar de ter uma carreira longa na câmara dos deputados, não havia muitos feitos realizados por ele.

De lá pra cá, começamos a observar uma tendência mais conservadora tomando conta do mundo, com a eleição de Trump para a presidência dos Estados Unidos, o Brexit, guerras mundo afora e alguns posicionamentos radicais em relação à refugiados. Isso, somado à onda de revelações relacionadas com a corrupção no Brasil, começaram a desenhar um cenário que mostrou-se muito favorável à eleição de Bolsonaro.

Acompanhando alguns passos no início de sua campanha, notei que seu discurso era um dos mais coerentes e apaziguadores (pois é… os posicionamentos radicais não apareceram, só em outros candidatos…). Depois do atentado que ele sofreu em Juiz de Fora, me pareceu que seu tom pregava mais a paz do que qualquer outro tipo de revolução radical. Provavelmente ele foi muito bem assessorado em relação às seus posicionamentos e declarações.

Eu não tinha um candidato que me representasse na última eleição à Presidência da República. Votei considerando mais uma estratégia pessoal, acessando o plano político de cada um dos candidatos, e refletindo a respeito daquilo que eu achei que seria importante para que o Brasil voltasse a evoluir nos assuntos de economia e, principalmente, educação.

Dia 1 de janeiro de 2019 foi o dia da posse do novo presidente. Vários holofotes votados para ele. Um fortíssimo esquema de segurança. Um presidente recém empossado que não escondia a imensa felicidade de estar vivendo aquele momento. Nas minhas redes sociais, muitos comentários de apoio ao novo Presidente. Também muitos comentários demonstrando oposição.

Mas e agora? O que será do nosso país nos próximos 4 anos? Será que voltaremos a crescer e prosperar ou continuaremos na recessão que tomou conta dos últimos anos? Eu, particularmente imagino que não teremos nenhuma medida radical nesse começo de governo. Depois dependerá muito do que ele conseguir articular politicamente. A equipe de Bolsonaro conta com alguns militares, profissionais de carreira mas conta também com alguns nomes da  velha política, DEM e MDB (esse último sempre dá um jeito de ficar perto de quem está no poder atual). Ele avançará com algumas de suas linhas de campanha, mas sem grandes radicalismos. Há uma tendência de melhoria no cenário econômico, pois há uma tendência internacional de otimismo em relação a este governo. Imagino que será difícil ele tomar decisões que já foram erroneamente tomadas no passado, afinal quem aqui quer o confisco da poupança novamente? (Aliás, alguém sabe do que estou falando?).

Eu citei anteriormente que ele não o candidato que me representa. Isso não quer dizer que farei oposição cega a qualquer de suas medidas. Acho que cabe a mim e a todos os brasileiros, acompanhar seus atos, cobrar para que suas promessas que visam o crescimento do país sejam cumpridas. Quanto a nós mesmos, continuar trabalhando para conquistar os objetivos de forma ética, sem precisar depender de governo algum. Assim, poderemos ter a esperança de viver num país melhor para todos.

 

Obs.: Fiquei decepcionada com seu slogan “O Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.” Estado laico, fazer o quê…

Obs. 2 (08/01/2019): Pelo que deu para observar dos primeiros dias do ano, esse governo será marcado por diversos comentários polêmicos e desnecessários. E esse país precisa tanto crescer novamente. Apertem os cintos e boa sorte para todos nós.

Abraço

É possível encontrar na internet inúmeros artigos contando dos benefícios de um abraço. Junto com a equipe da Academia da Evolução (@aevolucaooficial), fizemos a primeira campanha de abraços na Avenida Paulista no último domingo. Seis pessoas, segurando um cartaz com a frase “Abraço Grátis”, oferecendo abraços para quem tivesse vontade e/ou necessidade.

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Pois bem, nos reunimos em frente ao Shopping Cidade São Paulo, uniforme e cartazes a postos e fomos para uma foto inaugural antes de partirmos para a ação. Neste momento, algumas pessoas começaram a olhar com curiosidade e outras além disso,  pediram seus respectivos abraços. Ficamos em um ponto fixo na Avenida Paulista, exibindo nossos cartazes e aguardando a reação das pessoas. Muitos passaram direto. Muitos olharam com curiosidade. Muitos tiraram fotos. Muitos abraçaram também, alguns achando a campanha bacana, alguns porque precisavam apenas trocar um abraço. É muito curioso como uma ação com duração de quase 2 horas, com um gesto simples pode causar diversas reações.

Num mundo tão intolerante e tão polarizado, é muito gratificante perceber que a oferta de um abraço é capaz de atrair, comover e trazer um breve momento de felicidade para que dá e para quem recebe também. Portanto, abrace mais. Abrace a vida.

Eleições 2018

Amanhã teremos eleições. Num cenário de muitas incertezas, mas com muitos “Donos da verdade”. Muitos discursos inflamados e muitas vezes perdendo noção de certo e errado. Muita polarização. E, provavelmente, pouca mudança.

Na hora de votar, pensem também nos Deputados e Senadores que precisamos eleger. Pois, independente de quem vença para Presidente e Governador, essa é a turma que pode nos ajudar ou ferrar mais um pouco com o nosso dia a dia.

Bom voto a todos!

Reflexões para 2012

Prometo que em 2012 vou voltar para a academia e fazer mais exercícios físicos, emagrecer os quilos que eu ganhei nos últimos 2 anos, gastar menos, ler mais, acabar com maus vícios, etc, etc, etc, … Uepa!!!

Esta é uma semana mágica. A grande maioria das pessoas consolidam suas promessas para o ano novo. Como se, num passe de mágica, a virada de ano transformasse tudo o que foi ruim no ano que passou em coisa boa. E aí, no decorrer do ano, as lamentações voltam como se a causa fosse totalmente desconhecida. É a maré de azar, tadinhos.

O que muita gente não consegue entender, é que praticamente tudo o que acontece em nossas vidas faz parte das consequências das nossas próprias escolhas, das nossas próprias decisões. E não adianta colocar a culpa no acaso, em outras pessoas. A decisão final é sempre sua. E ponto final.

Com altos e baixos, consegui visualizar como minhas escolhas influenciaram nas coisas que me aconteceram esse ano. Para o próximo, quero continuar esse processo de auto-avaliação constante, e já com algumas metas estabelecidas. Nada de promessas de ano novo, mas sim uma coisa mais consciente. E dar mais atenção para a minha intuição que, neste ano, foi poderosa.

Esse ano coloquei alguns pontos finais. Com pessoas falsas e mentirosas. Com pessoas que acham no direito de ditar os rumos da minha própria vida. Com pessoas que eu tenho certeza que não querem amadurecer. Com pessoas que são capazes de prejudicar outras em seu benefício próprio.

Em compensação, esse ano conheci muita gente nova. Pessoas aventureiras. Pessoas solidárias. Pessoas de bem. Pessoas guerreiras. Pessoas alegres e que valem realmente a pena. A vida é assim, a gente conhece muitas pessoas, algumas fazem parte da sua vida permanentemente, algumas por um período curto.

Para 2012 eu quero é muita saúde, porque o resto a gente corre atrás.

Pai

Feira de domingo da Liberdade, eu comendo o doce com azuki feito em uma das barraquinhas com meu pai. Feira livre do sábado era dia de ir pra feira com ele. Ele voltava carregando o carrinho cheio de verduras e frutas e eu voltava com um balão amarrado no pulso. Parte das minhas lembranças clássicas da infância.
Meu pai era do tipo quietão, preferia ficar na dele. Entre amigos era reservado porém descontraído, principalmente depois de alguns drinques. Gostava dos horários certinhos para almoçar e para jantar. Quando estourava, por algum motivo, era melhor ficar bem longe. Nasceu no Japão, viveu a guerra e o pós-guerra, aos 21 anos lançou seu vôo solo e veio para o Brasil, onde passou seus últimos dias.
Não tive muita convivência com ele. Ele vivia viajando a trabalho, então era um mês fora e uma semana em casa. Quando eu tinha 10 anos, ele foi trabalhar no Japão, como dekassegui, e quando voltou definitivamente para o Brasil eu já tinha lançado meu vôo solo.
Sempre fui muito curiosa com as coisas que ele fazia, quando criança vivia prestando atenção quando podia estar perto dele. Tínhamos uma ligação muito forte, muitas vezes não era preciso uma palavra e já sabíamos o estado de espírito um do outro. Era gostoso, depois de adulta, ouvir suas histórias de São Paulo. Acho que era uma das pouquíssimas pessoas que conseguiam entender o meu jeito de ser.
A ele, a única coisa que eu posso dizer é: muito obrigada.
Feliz dia dos Pais!!

Profissão: babá de sobrinho

Hoje ele tem 7 anos…

Sobrinho (meloso): Tia, você trouxe um presente pra mim?
Eu: Presente?? Mas pra ganhar presente precisa ser um menino bonzinho… Você é bonzinho??
Sobrinho (sapeca): Sim!!!
Eu: Tem certeza?
Sobrinho (abre o sorriso e balança a cabeça afirmativamente): SIM!!!
Eu: Posso perguntar pra sua mãe?
Sobrinho balança a cabeça negativamente.

No mercado, sobrinho fala que quer um carrinho de brinquedo que estava vendendo lá. Perguntei por que ele queria, uma vez que ele tem uma caixa cheia de carrinhos de brinquedo. Ele me respondeu: “Porque eu preciso”. Não comprei o carrinho. E também nunca mais disse que comprei um sapato porque precisava, comprei porque eu queria e ponto.

Hora do jantar. Minha mãe tenta colocar um pouco de verdura no prato do sobrinho, e ele teima que não quer. Ela aceita. Passados 5 minutos, me sirvo da verdura e aproveito pra colocar um pouco no prato dele. Ele me olha com cara de indignação. Eu só respondo: “Precisa comer tudo o que está no prato”. Ele come a verdura sem reclamar.
No dia seguinte vou colocar verdura no prato do sobrinho. Ele tenta evitar colocando as mãos sobre o prato. Eu tento desviar das suas mãos e elas me acompanham. Olho pra cara dele e digo: “Não tenho o dia inteiro!!”. Ele tira as mãos, eu coloco a verdura no prato dele e ele come sem reclamar.

Chego no aeroporto e sobrinho vem me receber. Dentro do carro eu mostro um joguinho do celular (angry birds, alguém conhece?). Quando pego o celular de volta porque ele precisa tomar banho, descubro que ele passou por todos os joguinhos do celular. Quando ele sai do banho, descubro que ele sabe como jogar todos eles.

Eu (navegando na internet): Vai tomar banho.
Sobrinho: Estou assistindo o desenho. Posso ir quando acabar?
Eu: Tudo bem.
Sobrinho (2 minutos depois): Esse site que você está olhado tem os gol do São Paulo?
Eu: Você não está assistindo desenho. Vai tomar banho!!!
Ele vai, sem reclamar.

8 horas da madrugada. Sobrinho abre a porta do quarto onde estou dormindo. Faz um sapateado pra ver se eu acordo. Nem me mexo (de propósito). Ele sai e fecha a porta do quarto.

Eu (11 horas da noite): Tá na hora de você dormir.
Sobrinho: Mas eu não estou com sono.
Eu: Olha só seus bichinhos de pelúcia. Eles querem dormir.
Sobrinho faz cara de “sei sei…” e pega um dos bichinhos.
Eu pego o outro e bato no bichinho que está na mão dele.
E começa a guerra de travesseiros… oops, bichinhos de pelúcia.

Sobrinho de manhã: Quero um angry birds de pelúcia.
Sobrinho na hora do almoço: Quero um angry birds de pelúcia.
Sobrinho de tarde: Quero um angry birds de pelúcia.
Sobrinho de noite: Quero um angry birds de pelúcia.
Sobrinho na hora da janta: Quero um angry birds de pelúcia.
Sobrinho antes de dormir (e eu navegando na internet): Tia, compra um angry birds pra mim, vai.
Eu: Tá bom, vai.
E com a ajuda de um colega que tinha comprado e estava online, eu comprei o maldito no site do Angry Birds. O frete pra entregar no Brasil custou o dobro do valor da pelúcia…
Eu: Pronto, comprei. Mas não sei que dia que chega. Vem de outro país, bem longe.
4 meses depois sobrinho vem me visitar. Advinhem qual é a primeira coisa que ele tira da mala? (trouxe só pra me mostrar, rs)

No mercado com o sobrinho, vou até a sessão de louças. Mas antes digo pra ele: “Não saia do meu lado”. Foi o tempo de eu pegar duas travessas de marcas diferentes numa mesma prateleira. Sobrinho do lado de um vaso, em outra prateleira, me pergunta: “Por que é torto assim?”. Resposta: “TIRA JÁ ESSE DEDO DAÍ!!! FALEI PRA VOCÊ NÃO SAIR DO MEU LADO!!!”

Sobrinho em casa, quer brincar com meu violão velho.
Eu: Ainda não pode fazer barulho, só depois das 9h.
Às 9h em ponto, ele começa a brincar feliz e contente. E nem pergunta se pode.

Um dia fui no caminhar no Zerão, em Londrina, sem o sobrinho. Quando eu voltei, ele me perguntou onde eu tinha ido. Respondi e perguntei se ele conhecia, e a resposta foi afirmativa. Perguntei então se ele queria ir comigo no dia seguinte. Ele respondeu sim, todo alegre. Minha mãe olhou com cara de surpresa. E não é que no dia seguinte ele foi? E no outro dia também. E foi assim, até eu voltar pra São Paulo.

Na sala da minha casa tem um sofá-cama. Sobrinho teimou que queria dormir lá.
Sobrinho: Vou dormir aqui.
Eu: Dorme no quarto, a cama está encostada na parede. Aqui você vai cair da cama.
Sobrinho: Eu quero dormir aqui no sofá.
Eu: Você vai cair da cama.
Sobrinho: Não vou.
Eu: Se você cair da cama, vou tirar muito sarro.
Sobrinho: Não vou cair da cama.
No meio da madrugada, um estrondo vindo da sala. De manhã, durante o café da manhã…
Eu: Você caiu da cama. Eu ouvi o barulho.
Sobrinho (meio sem graça, balança a cabeça afirmativamente): Caí…
Eu: Se ferrou, caiu da cama, eu avisei… kkkkkk

Sabe aquelas bolinhas pra aliviar tendinite. Sobrinho usa pra jogar futebol no meio da minha sala…

Ah, a chuva…

Estarei dormindo ainda e TODOS os telejornais da manhã irão noticiar o efeito da chuva nessa noite na cidade de São Paulo. Já está na internet. E deve dominar os jornais impressos também. Claro, a aventura surreal que eu acabei de viver não passa nem perto do drama que milhares de pessoas que acabaram de perder seus pertences, bens e até familiares. Mas deu para sentir o gosto amargo dos efeitos da chuva nessa grande metrópole.
Não tinha idéia de quanto tinha chovido antes de tentar sair de um bar na região de Pinheiros. Ao chegar na porta, havia um rio no lugar da calçada. Segundo os funcionários do bar, eles nunca tinham visto a água da chegar a um nível tão alto.


Depois de uns 15 minutos, a água sumiu e pude pegar o caminho de casa. Eu mal sabia que aquilo seria apenas o início da ‘via crucis’ entre os 15km que separavam o ponto aonde eu estava até a minha casa, situada na Zona Norte de São Paulo.
Como ainda chovia, tomei o caminho de costume (o caminho feliz, automático). Tudo ia bem, até chegar no Viaduto Antártica. Apos andar 200 metros pelo viaduto, o trânsito. E nem daria para dar a ré e pegar outro caminho, porque parecia que todos os carros chegavam naquele ponto naquele momento e todos pararam. Logo, todo o viaduto estava cheio de carros.


Com um smartphone na mão, comecei a procurar notícias a respeito da chuva e descobri porque aquele ponto estava parado. A Avenida Marquês de São Vicente tinha alagado, segundo uma foto, a água chegou na altura da roda de um carro de passeio comum. Essa avenida é a que cruza com  o final do viaduto. Durante o trajeto do viaduto, a maioria dos carros desligava o motor, alguns carros pifaram pelo meio do caminho, várias motos de uma empresa de seguros passaram por lá. Havia também as pessoas que saiam dos carros e caminhavam até o final do viaduto para ver o que estava acontecendo. Incrédulos. Passei uma hora e meia para andar até quase o final do viaduto. Ao chegar lá, vi que a água continuava lá, firme e forte.

Uma tentativa foi atravessar o canteiro central (parte que era calçada), voltar o viaduto e tentar outro caminho. A região da Casa Verde também estava alagada. Então fui para a Paulista e a 23 de Maio. Parecia um caminho mais confiável naquele momento. Ao atravessar a Marginal Tietê, percebi que havia pessoas paradas junto à ponte tirando fotos da marginal. Provavelmente deveria estar algada, congestionada ou alguma outra coisa do gênero.
O caminho foi bem até chegar perto do Aeroporto Campo de Marte. Lá também estava completamente alagado e intransitável. Algumas pessoas paradas, fora de seus carros observando a água, outras relatando pelo telefone a situação. Como havia pouco movimento de carros, fiz um retorno rápido, peguei a contra-mão mesmo e voltei para a praça Campo de Bagatele. De lá, minha outra alternativa foi tentar a Avenida Cruzeiro do Sul. Passei perto da rua do Deic, que sempre alaga e, desta vez, não foi diferente: estava alagado. No horário que eu passei não havia alagamento na Cruzeiro, porém havia lixo espalhado por toda a rua. Depois de passar por Santana, a volta pra casa foi mais tranquila, uma vez que já estava em uma região mais alta.
Em dias de transito tranquilo, costumo demorar 45 minutos para fazer o trajeto entre Pinheiros e Santana. Na madrugada, esse tempo reduz para menos de 30 minutos. Mas hoje, o tempo gasto com essa aventura foi de 3 horas e meia. Pelo trajeto, muita água, muita gente desolada, muito lixo espalhado pelas ruas. A chuva, o lixo, a falta de cuidado tanto dos governantes quanto do próprio povo, fazem com que a água invada ruas, calçadas e casas numa velocidade e num nível impressionantes. Provavelmente quando eu acordar na terça-feira, o caos ainda estará dominando a cidade inteira. Mas quero pensar nisso só quando acordar. Até lá.

Pão e circo… por que não educação??

A algum tempo atrás me esculacharam porque eu tinha tuítado que existem muitos dias mundiais e, na minha opinião, não tinha utilidade prática alguma. Afinal de contas, milhões vão pensar a respeito do assunto no dia D. Mas e no dia seguinte ou no dia seguinte do seguinte? Teremos uma grande mobilização constante ou apenas daqui a 365 dias? Teremos ações práticas realmente efetivas? Desde a muito tempo que nós seres humanos aprendemos e descobrimos como desbravar e extrair elementos que facilitem a nossa vida. Desde a muito tempo que apenas tiramos proveito do que a natureza pode nos prover. Só depois que começou a escassez, que alguns de nós nos damos conta de que é necessário agir com cautela, aprendemos a não desperdiçar comida, a economizar água e luz. Mas muita gente não faz nada disso. Eu mesma cometo alguns deslizes.
Isso faz parte da educação que recebemos dos nossos pais, professores, colegas, de todas as pessoas que passam pela nossa vida. Normalmente, repassamos esse conhecimento adiante para nossos filhos e próximos. Se meus pais acham correto não jogar comida fora, isso fará parte de uma prática diária pessoal, e assim ensinarei meus filhos e netos a mesma coisa. Para o contrário, o repasse seria o mesmo.
E não pára por aí. Tem também tudo aquilo que julgamos como certo e errado. É certo atravessar a rua fora da faixa de pedestres, quando esta se encontra ali do lado? E cortar a frente de alguém no trânsito? E passar no farol vermelho?? É certo jogar lixo na rua, pela janela do ônibus? E depredar as lixeiras disponíveis na calçada? E abrir a embalagem fechada de algum alimento num supermercado e ficar comendo o produto, antes mesmo de pagá-lo (se pagar)? Educação diz respeito também a como se trata familiares, amigos e próximos. Se somos cordiais com outras pessoas ou não.
Esse ano temos eleições para presidente, governador, senador e deputados. Muito se fala das candidaturas bizarras, do quanto que isso tem causado indignação e, ao mesmo tempo, adesão. Há uma reportagem da folha.com indicando que o candidato que, provavelmente, causou mais polêmica nessas eleições teria votação recorde no país. Absurdo? Ou reflexo de um povo que não tem e não terá consciência da importância de escolher nossos representantes no governo. Muita gente votará nele porque é “engraçadinho”. Muita gente votará nele porque aquela cara é o retrato de uma grande massa, pobres, simples e sem muita instrução que realmente acreditam que uma pessoa à sua imagem e semelhança pode fazer alguma coisa por eles se estiver junto aos nossos governantes. Com isso, os espertos que a gente não vê tiram proveito desse tipo de situação. Não à toa, programas de governo que fazem “doações” para o povo são melhores aceitos do que aqueles que propõe a dar alguma formação educacional e profissional. E mesmo quando há programas que propõe a nos dar uma formação, ela é deficiente.
Existe algum meio para melhorar esse cenário? Acredito que não será com grandes revoluções que conseguiremos um governo melhor, um cotidiano melhor. Não existe solução a curto prazo para um mal que nos persegue a milênios. A mudança precisa começar dentro de casa, ao definir o certo e o errado das coisas, e optar conscientemente por seguir o que é certo. Aprender e ensinar a usar os recursos naturais de forma consciente, tratar as pessoas que encontramos pela vida de forma cordial e adequada. Estudar e ter uma formação profissional decente. Ter consciência de que nossas escolhas tem consequências e, por isso, ponderar antes de tomar nossas decisões. Podemos fazer uma revolução sem fazer todo esse barulho que se vê no dia a dia. E eu também tenho muito a aprender para tocar a minha revolução adiante… 😉

 

Só de sacanagem (texto de Elisa Lucinda)

Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova
Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”, “Esse apontador não é seu, minha filha”. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.
Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.
Só de sacanagem! Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba” e vou dizer: “Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau.”
Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!