Um belo dia uma colega que eu conheci lá na Accenture, me chamou no msn perguntando se eu já tinha conta no orkut e me mandou um convite. Isso a uns 6 anos atrás, mais ou menos. Assim começava minha aventura no mundo das redes sociais.
Preenchi meu perfil, um longo questionário onde me dei ao direito de pular algumas informações. Fiz upload da foto, adicionei alguns amigos conhecidos. Depois encontrei o pessoal da faculdade que tinha perfil cadastrado e adicionei também. Depois vieram os primos, inclusive os que residem fora do Brasil. Achei bem interessante, pois conseguia manter um contato com pessoas que provavelmente não teria como conversar se não fosse a internet. E o pior, eles não sabem usar outro meio de comunicação na grande rede. Comentei com um dos primos que era possível conversar (videoconferência) usando msn, mas ele não sabe usar… Só orkut. Depois veio o pessoal das 3 escolas onde estudei durante a minha vida inteira. Um rapaz que estudou comigo na segunda série (isso tem mais de 20 anos, oops) me encontrou, lembro que foi até engraçado porque eu não tinha reconhecido, e ele me mostrou a foto da turma no perfil de outra colega apontando quem era eu e quem era ele (acho que não mudei muito, rs) e, juro, não o reconheceria nem com muito esforço… Com o tempo fui atualizando alguns dados e usando o recurso de privacidade para algumas informações. E atualmente ele sobrevive para a comunicação com quem não sabe usar outra coisa, além do orkut.
Depois me incluí em outras redes sociais: linkedin, twitter, facebook, foursquare… O twitter foi um fenômeno engraçado. Recebi o convite de um amigo por email e criei a minha conta lá. Uma semana depois apareceu uma matéria a respeito dele no programa Fantástico e desde então popularizou-se de uma forma incrível. E, posso dizer que é a rede social que eu mais uso atualmente. Relutei para criar a conta no facebook porque as pessoas que eu conheço que criaram suas contas fizeram somente para participar dos joguinhos em rede. Mas o facebook me permitiu conhecer uma xará americana, estudante de enfermagem, onde na vida vou conhecer outra pessoa com o mesmo nome e sobrenome? Do foursquare, ainda aguardo a oportunidade de receber um bônus reais pelos badges e mayors alcançados.
Mas, diante de tantas opções, como administrar cada um dos perfis adequadamente e qual o conteúdo pode ser publicado? É certo publicar tudo o que se passa pela cabeça? Ou, no fundo, publicamos apenas o que queremos que o mundo saiba a nosso respeito? Esses perfis refletem o que somos realmente? Um clássico que aparece com grande frequência no twitter é a frase “no orkut todo mundo é feliz.. no twitter todo mundo é infeliz.. e no msn todo mundo é ocupado”. Feliz numa rede e infeliz na outra, uma grande contradição. Bom, há coisas que são totalmente dispensáveis nessas redes, acho um saco o twitter de alguém com o perfil de “querido diário”, onde só falta o cidadão postar de dentro do banheiro (ninguém merece ¬¬). Isso sem contar aqueles tópicos/fotos que você não quer publicar, mas seu amigo publica e inclui seu nome. Com exceção do linkedin, minhas outras redes são tem um perfil mais pessoal, onde deixo impressões, desabafos, versos e comentários de assuntos de meu interesse, que pode ser a respeito de trabalho ou não. Há comentários dos quais que eu questiono se deveria ter postado (hora que o sangue sobe é uma droga e eu não tenho sangue de barata), mas depois do ‘submit’ já era. Há comentários que nem todos entendem, as vezes é direcionado e sem citar nomes, esses eu tenho certeza que a pessoa em questão recebe e entende o recado (nem que seja pelo efeito viral).
E dependendo de quem faz parte da sua rede, é possível postar qualquer coisa, mas qualquer coisa mesmo? Seu comentário não pode ofender alguém ou causar uma má impressão? Tenho amigos, colegas e conhecidos de todas as tribos, todos os estilos possíveis e imagináveis. Sim, desde os mais inocentes, os sérios até os mais loucos possíveis. Bem 8 ou 80, então um comentário que seria normal para uma pessoa X pode não ser normal para a pessoa Y. Recebo publicações de todos os tipos… E se seu chefe, não importa o nível, faz parte da sua rede? Vai passar o dia inteiro postando bobagem ao invés de trabalhar?
Mas, e quanto à privacidade? Uma vez fui duramente criticada por me preocupar com esse tipo de coisa. Ué, mas se não fosse importante, não haveria opções para esse tipo de configuração. É certo que não é totalmente seguro, sempre acabam dando um jeitinho de quebrar a segurança desses sites. Mas sim, meus perfis são privados, não é qualquer pangaré que pode ter acesso às informações que deixo disponível em minhas redes. Tenho como premissa básica é nunca adicionar desconhecidos nas minhas redes. Ah, quer me conhecer? Faça isso pessoalmente antes. Por que faço isso? Sou neurótica? Pode ser. Acho sinceramente que uma pessoa que tenta acessar dados privados sem a permissão do dono não tem boas intenções com outra pessoa. Então, se quer acessar minhas publicações privadas peça minha autorização, ou conte com o efeito viral, ou seja um mal caráter e vá quebrar a segurança do site. E tenha certeza de que se está tentando quebrar a segurança, não meu amigo. E hoje em dia com essa onda de pessoas do mal ficarem espionando os perfis atrás de suas vítimas em potencial para crimes… Se é possível dificultar, por que não?
A verdade é que todas essas redes geram uma grande discussão e reflexão. Pessoas que se dão mal por fazerem comentários infelizes, pessoas que mostram seu humor refinado, pessoas que só fazem publicações de bobagens, pessoas que não publicam mas só acompanham os outros, pessoas que publicam coisas banais. Há também pessoas que viram “amigos íntimos” porque acompanham suas publicações (já tive que ouvir a frase: “sei tudo de você, acompanho teu orkut, twitter, facebook…” e a única rede autorizada era o twitter). É curioso as várias vertentes que todas essas redes sociais podem causar. Será que existe uma fórmula mágica para usar bem esses recursos? Eu estou tentando à minha maneira… 😉
obs.: aqui chamo de efeito viral quando as pessoas da sua rede comentar uma publicação para pessoas que não fazem parte da rede e o assunto se espalha, como um vírus.